Como sempre, fui um dos últimos a deixar o albergue. Comecei o caminho apreensivo, pois o primeiro lugar a passar hoje seria Foncebadón, um lugar que ouvira muitas histórias assustadoras. Decepçao. Foncebadón é um pueblo como qualquer outro, com bar e até um albergue. Nao senti nenhuma energia negativa, e nao fui atacado por nenhum cachorro. Aliás, os cachorros sao muito tranqüilos, até agora. Dóceis e simpáticos.
A Cruz de Ferro. Cheguei por lá e tirei a mochila para pegar a pedra que havia trazido do Brasil. Diz a lenda que ao jogar uma pedra que trouxe de sua casa aos pés da cruz, você se livra de todos os pecados e males da sua vida, e caminha renovado para uma nova vida. Que energia tem esse lugar! Chorei como uma criança, rezei e transferi para a pedra tudo o que me angustiava, e pedi para que me tornasse uma pessoa melhor, livre de culpas inexistentes, aberto a novos campos de trabalho e novas perspectivas neste maldito mundo capitalista. Depois de atirá-la aos PÉS da cruz (e nao na cruz, viu, Rê?), me senti muito bem, as dores dos meus pés aliviaram, minhas costas doeram menos, e a mochila pareceu muito, muito mais leve. Chorei de felicidade por quase mais 1km.
Cheguei a Molinaseca com os pés em frangalhos, desesperado e andando muito devagar. Fiquei puto. O albergue era 1km depois do fim da cidade. Isso é uma merda, no caminho. A maioria dos albergues estao no final da cidade, e depois de chegar cansado, você tem que voltar mais 1 ou 2km para encontrar um supermercado.
Total percorrido hoje: 26km
sábado, julho 1
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2 comentários:
Viu só o que dá jogar pedra na cruz!!! hehehehe
Teve que andar mais 2 km pra conseguir comida...e mais 2 pra voltar pro alberg... hehehehe
É irmãozinho agora já era, agenta!!! hehehehehe
Amo você, saudades...
Claro que a mochila ficou mais leve, meu pequeno hippie, pois vc retirou uma pedra dela.
Falou, logo a gente se vc.
Xucrutz
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