Acordamos tarde, e seguimos para Sarria. Chegamos durante a siesta, e ficamos por lá até as lojas abrirem novamente. Leen e Kate ficaram por lá, para resolver o problema da grana. Os outros seguiram na frente, e eu e Domenico fomos atrás de uma farmácia. Somos conhecidos como "os lentejas" (lê-se lenterras - um trocadilho: lenteja significa lentilha, mais serve para nos chamar de lentos). Domenico diz que não tem carimbado sua credencial nos albergues: só pega os carimbos das farmácias. Ele é o hipocondríaco da turma.
Chegamos em Barbadelo, e encontramos os outros deitados na grama de uma praça. O albergue estava cheio, e teríamos que dormir na grama. Sentamos para beber num trailer, e o dono bateu um papo com a hospitaleira, que ofereceu a sala do albergue para dormirmos.
Quando eu descia a rua para levar minhas coisas ao albergue, ouvi meu nome e uma voz conhecida, mas antiga. Da única cabine telefônica do pueblo, avistei Katrin, a alemã que se separou de mim e Karen em Nájera, há 20 dias. Ela largou o telefone e correu pra me abraçar. Os reencontros são muitos doidos e inesperados. Me disse que andara com sua mãe por uns 10 dias, que depois seguiu com uma nova turma. Marcelo estava com ela. Me disse também que Robert chegaria amanhã em Santiago - rápido pra cacete. Esta seria a última vez que eu veria Katrin e Marcelo no Caminho.
Demoramos quase uma hora para conseguir pegar no sono. Não parávamos de rir. Éramos oito, dormindo numa sala apertada, sem condições de virar para o lado, ou achar uma posição decente para colocar o braço. Dormimos mal pra caralho. Mas foi uma experiência muito divertida.
Total percorrido hoje: 18km
segunda-feira, julho 10
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário