Fui um dos últimos a acordar. Quando entrei no albergue, encontrei, quase saindo, um simpático casal de franceses que eu não via há uns 15 dias, e nos conhecíamos desde Burgos. Pena que não lembrava seus nomes. Nos abraçamos, eles se foram, e não nos vimos mais.
Quase 9km depois encontrei Javi e Gemma em A Pena. Comemos, e eu saí antes dos dois, pois queria adiantar minha caminhada do dia para ver o jogo do Brasil em algum bar mais próximo da meta do dia, um longo dia.
Parei em Maroñas, uns 13km antes de Olveiroa, num bar de beira de estrada, às 17h15. Vazio. Eu, a bandeira da sorte no colo, e uma bela TV no Brasil X Gana. Eu realmente andei bem rápido, porque Javi e Gemma me encontraram no bar quando estava começando o 2º tempo. Eles comeram algo e partiram, pois às 21h00 começaria o Espanha X França, e Javi não queria perdê-lo. Eu disse que esperaria acabar este jogo para alcançá-los.
Cheguei cansado, em Olveiroa, às 21h50. Quase anoitecera na estrada. Estava apreensivo com isso, pois não havia a mínima iluminação, e os poucos carros que passavam dirigiam como loucos. O albergue estava vazio. Todos estavam no único bar do pueblo, vendo o jogo. Quando cheguei lá, foi uma festa. Todos vieram me abraçar. Parecia que eu estava perdido há 10 anos. Este é o espírito do Caminho.
A França eliminou a Espanha, e fomos dormir.
Albergue lotado. Me sobrou um colchão dentro de uma estrebaria desativada. Não sei se realmente estava desativada, porque aquilo ali fedia. Lá dormimos eu, Peter, Eduardo, um argentino que contarei sua história mais tarde, um francês com cara de doido, que era uma mistura de Ian Gillan com a bruxa do mar, e outra pessoa que não identifiquei, pois já estava dormindo quando cheguei ali.
Total percorrido hoje: 33km
quinta-feira, julho 20
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