Acordamos para nosso último dia como peregrinos. Javi e Gemma seguiram na frente, eu e Peter fomos em seguida. Mais subidas em montanhas, mais descidas cheias de pedras, cuidado redobrado.
Novamente a vista do mar. Andamos na areia, e paramos num bar de hotel à beira-mar para tomarmos café. Os ricos freqüentadores do hotel nos olhavam de rabo de olho, não entendendo as mochilas, os cajados, as botas, as roupas encardidas e suadas. E nós não demos a mínima.
Continuamos. Falta pouco! Gemma abraçou Javi e voltou a chorar. Deixamos os dois, andamos mais um pouco e paramos num bar que devia estar a 1,5km do albergue de Finisterre. Ali bebemos, rimos, almoçamos, bebemos mais um pouco, reencontramos Maurício, bebemos mais, reencontramos uma garota japonesa que vimos um louco com cabelo azul raspando sua cabeça lá n'O Cebreiro, rimos, bridamos, caímos n'água, voltamos para beber e rir mais um pouco, e levantamos acampamento.
Chegamos ao albergue, ganhamos nossas Finisterranas - o diploma por termos feito o caminho a pé -, tomamos um banho, separamos nossas roupas "especiais" num saquinho e começamos a andar até o nosso destino. Mais 3km. O farol do Cabo Fisterra, o Cabo da Morte, o fim da Terra. Vimos o pôr-do-sol dali. E ali, nas pedras, usamos o chapéu do Dani como um filtro. Cada um colocou-o na cabeça e transferiu tudo o que queria queimar da sua antiga vida, para renascer numa vida nova. Pensamos também em todos os que não estavam conosco. De uma grande turma, e de centenas de conhecidos, somente quatro estavam ali, naquele momento. E queimamos nossas roupas, e o chapéu do Dani, e a "pedra do sapato" do Domenico, e muitas outras coisas. Renascemos.
Voltamos, e encontramos Eduardo e os outros, e comemos parrillada, o churrasco deles, e brindamos, e bebemos vinho, e fomos dormir.
Total percorrido hoje: 13,5km
quinta-feira, julho 20
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